Os accionistas da Air Macau aprovaram hoje por unanimidade a injecção de 700 milhões de patacas (62,4 milhões de euros) pelo Governo, uma medida que abre caminho à renovação da frota e novos investimentos, disse o presidente da companhia. "Eles [Governo] querem apoiar a Air Macau. Depois de um longo período de perdas, a companhia tem um longo caminho a percorrer, desde a renovação da frota, investimentos em infraestruturas e aplicação de sistemas de tecnologias de informação", afirmou aos jornalistas Zheng Yan, presidente do Conselho de Administração da transportadora de bandeira da Região.
No cargo desde Junho, o presidente da Air Macau admitiu que o reforço do capital da empresa "não é suficiente" para fazer face aos novos desafios que a companhia enfrenta, mas que "é um primeiro passo para sustentar e acelerar a mudança".
"A Air Macau tem de ganhar dinheiro e talvez conseguir um empréstimo para gradualmente renovar a frota. Vamos usar esta injecção de capital para começar o nosso desenvolvimento", afirmou, ao esclarecer que nos próximos anos não estão previstas novas injecções de capital na transportadora maioritariamente controlada pela Air China.
Com uma frota de 14 aviões, a Air Macau prevê começar a renovação com a substituição de dois A-321 actualmente alugados a outras companhias em 'wet lease'.
"A renovação da frota vai demorar algum tempo. O dinheiro vai também permitir elevar os serviços da companhia, como a pontualidade e condições de cabina", salientou Zheng Yan, ao frisar que entre os objectivos está a melhoria da imagem da companhia junto do mercado e passageiros.
Esta é a segunda reestruturação do capital social da Air Macau desde 2009, realizada na altura para impedir a falência da companhia de bandeira da Região.
Além de injectar 700 milhões de patacas (62,4 milhões de euros), o Governo de Macau reforça a posição de segundo acionista na Air Macau, ao aumentar de cinco para 21 por cento a sua participação na empresa.
Na reunião de hoje, os accionistas da transportadora aprovaram por unanimidade o aumento de capital da sociedade para 442 milhões de patacas (39,4 milhões de euros), reforço que será conseguido através da emissão de novas acções com o valor nominal unitário de 100 patacas (8,9 euros) e um prémio de emissão de 1.565 patacas (139 euros).
A Air China mantém a posição maioritária na Air Macau, mas os 80,6 por cento detidos (antes do aumento de capital hoje realizado) serão ajustados proporcionalmente ao novo investimento feito pelo Governo, o mesmo acontecendo à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), até agora com participação de 14 por cento, e aos outros pequenos accionistas.
Depois de anos de prejuízos, a Air Macau registou lucros de 231,8 milhões de patacas (20,6 milhões de euros) em 2010.
Embora sem avançar números, o presidente da Air Macau prevê resultados semelhantes ou um "ligeiro acréscimo" para 2011.
(Notícia distribuída pela agência Lusa)